Cacau Show responde a denúncias e esclarece polêmicas sobre “rituais” e relação com franqueados

Cacau Show responde a denúncias e esclarece polêmicas sobre “rituais” e relação com franqueados

Após uma série de denúncias feitas por funcionários, franqueados e ex-franqueados, a Cacau Show se pronunciou oficialmente nas redes sociais. Em um comunicado divulgado em conjunto com o CEO da marca, Alê Costa, a empresa rebate o que chama de “publicações inverídicas” que vêm circulando na internet e que, segundo o texto, deturpam práticas culturais internas da companhia.

O estopim da polêmica foi a divulgação de relatos por meio do perfil “Doce Amargura”, que reúne denúncias envolvendo supostos abusos dentro da rede. Entre as acusações, estão perseguições, cobranças de taxas não previstas em contrato, e até a realização de rituais considerados esotéricos por ex-funcionários. De acordo com as publicações, alguns desses encontros envolveriam salas escuras, velas acesas e cânticos conduzidos pelo próprio CEO, com exigência de vestimentas brancas e descalço.

Em resposta, a empresa classificou os conteúdos como ataques à história e aos valores da marca. Segundo o comunicado, a prática da “Gratidão” — mencionada nas denúncias — é um momento simbólico realizado de forma voluntária entre os colaboradores, com liberdade de crença. Já o chamado “ritual do cacau” foi descrito como uma experiência sensorial com licor não alcoólico, utilizada inclusive nos hotéis da marca como forma de valorizar a principal matéria-prima da empresa.

A nota também busca defender o relacionamento com os franqueados, dizendo tratar-se de uma parceria de longo prazo baseada em confiança. No entanto, relatos publicados por veículos como a Folha de S. Paulo apontam outra realidade: cobranças unilaterais, dificuldades operacionais e denúncias formais no Ministério Público do Trabalho envolvendo alegações de assédio, homofobia e gordofobia.

Uma das críticas recorrentes está na chamada “taxa do cacau”, cobrada desde 2024, após o preço da matéria-prima atingir valores históricos. Segundo franqueados, a cobrança foi imposta sem previsão contratual e sem autorização para repassar os custos aos consumidores. A empresa, por sua vez, nega a existência da taxa, afirmando que os aumentos refletem decisões da indústria diante da alta global do cacau.

Outra reclamação envolve o sistema de envio automático de produtos, que segundo os franqueados, muitas vezes chega com validade inferior a 30 dias e sem possibilidade de recusa. A Cacau Show afirma que os envios são feitos para manter a padronização das lojas, mas garante que existe uma política para devolução em casos de validade reduzida.

Enquanto a marca tenta conter os danos com o comunicado, o perfil “Doce Amargura” segue reunindo novos relatos, e o caso já atrai a atenção das autoridades. Ao que tudo indica, a doce imagem da Cacau Show enfrenta agora um momento de amargura.

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