Nesta segunda-feira (19), o Supremo Tribunal Federal (STF) iniciou uma nova etapa do julgamento sobre a suposta trama golpista para manter Jair Bolsonaro no poder após as eleições de 2022. Essa fase envolve os depoimentos de 82 testemunhas, tanto de acusação quanto de defesa, ao longo das próximas semanas.

Quem serão ouvidos?
A semana começa com os depoimentos das testemunhas da acusação, indicadas pela Procuradoria-Geral da República (PGR), em especial sobre as ações do chamado “núcleo crucial” do golpe, que inclui o próprio Bolsonaro e figuras-chave como Mauro Cid, Braga Netto, Anderson Torres e outros militares de alto escalão.
Entre os nomes mais aguardados estão:
- Marco Antônio Freire Gomes, ex-comandante do Exército
- Carlos de Almeida Baptista Júnior, ex-comandante da Aeronáutica
- Adiel Alcântara, ex-coordenador de inteligência da PRF
- Éder Lindsay Balbino, empresário ligado à produção de fake news sobre urnas
- Clebson Ferreira, servidor que teria mapeado a movimentação de eleitores
O governador do DF, Ibaneis Rocha, inicialmente convocado, foi dispensado nesta etapa. Ele deverá ser ouvido em outra data, como testemunha de Anderson Torres.
Próximos depoimentos
A partir de quinta-feira (22), será a vez das testemunhas da defesa de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, que firmou acordo de delação premiada. Entre elas estão:
- General Júlio Cesar de Arruda, ex-comandante do Exército
- Luís Marcos dos Reis, ex-assessor de Bolsonaro
Na sexta-feira (23), serão ouvidas testemunhas de Alexandre Ramagem e general Braga Netto, como:
- Carlos Afonso Coelho, delegado ligado à “Abin paralela”
- Frank Oliveira, ex-diretor-adjunto da Abin
- Rolando de Souza, ex-diretor da PF
Já entre 30 de maio e 2 de junho, será a vez dos nomes indicados pelo próprio Bolsonaro, incluindo:
- Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo
- Gilson Machado, ex-ministro do Turismo
- Eduardo Pazuello, deputado e ex-ministro da Saúde
- Rogério Marinho, senador

O que está em jogo?
A denúncia da PGR acusa Bolsonaro e outros 33 envolvidos de tentativa de golpe de Estado, abolição do Estado Democrático de Direito e organização criminosa. A ação teria sido planejada para impedir a posse de Lula após sua vitória nas eleições de 2022.
Essa é a primeira vez na história do Brasil que um ex-presidente da República se torna réu por tentativa de golpe de Estado.